Ainda corria um fio de água numa das torneiras, mas acabou logo. Acontece muitas vezes em Salir. O aquecedor ainda está na garantia, mas vou ter que me deslocar a Loulé com o aquecedor atrás. Estou a ficar velha. Se me reformo perco 40% do ordenado. Agora até os sacos do supermercado custam 10 cêntimos, que é mais um imposto que o nosso estado cobra, mascarado de protecção do ambiente. Estive a ler numa revista francesa, uns extratos de um livro de Voltaire. A revista chama-se "Le magazine littéraire" nº 553 de Março de 2015 e o livro "Traité sur la tolérance". Tem aspectos muito budistas e de acordo com a revista, Voltaire estava quase esquecido, mas "desde o massacre de que foi vítima a equipe de Charlie Hebdo", tornou-se um sucesso de vendas, a ser vendido por 2€ o exemplar. Desconhecia este tratado sobre a tolerância. "Publicado em 1763, o Tratado sobre a tolerância foi concebido como uma arma de guerra lançada contra o fanatismo católico e para a reabilitação de Calas.", pode-se ler no mesmo artigo. Este Sr. Callas tinha sido condenado em Março de 1762 e executado por ser um pastor huguenote. No mesmo artigo pode ler-se, também, que se os pregadores calvinistas e luteranos estivessem no poder teriam tido talvez a mesma intolerância. Realmente nada mudou e piorou porque as armas se tornaram muito mais destruidoras e muito mais destruidoras. Quando os portugueses chegaram ao Japão com as espingardas, ditaram a vitória, só porque era mais fácil aprender a disparar uma espingarda do que utilizar um arco para disparar flechas.
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