A minha Flôr morreu, hoje. A dada altura quando estava a regar as plantas com baldes, à tardinha, ouvi o Plutão a ladrar forte em tom de aflição. Corri e vi a Flôr deitada no chão sem se mexer e o Plutão nervoso ao pé dela a andar de um lado para o outro e a empurrá-la com o focinho. Dei-me logo conta que devia estar morta. Fui lá dentro e trouxe-a cá para fora. Ontem trouxe-a para dentro de casa para lhe ver a ferida numa das patas da frente. Era pequena e deixou-me mexer-lhe à vontade. Quando saiu do cercado correu a rebolar-se no chão, toda contente. Quando saiu de casa voltou a rebolar-se no chão, feliz. Entrou sem problemas no cercado quando lhe disse para entrar e o Plutão não se zangou como é costume. Cheirou-a e pronto. E hoje isto. Tinha a língua de cor vermelho-sangue bordeaux claro e a pele da barriga também. Não me pús a ver mais nada. Meti-a dentro de dois sacos do lixo pretos e dentro de uma caixa de papelão grosso de um aquecedor. O Plutão continua a ladrar, um ladrar diferente. Dei-lhe o 3º hamburger de perú e por agora está calado. Que a minha Flôr esteja bem onde quer que esteja. Om Máni Pémé Hum. Voltou a ladrar. Põe-se a olhar para a caixa onde está a Flôr. Fiz-lhe festas. Voltou a ladrar. Agora está calado. Mas continua: havia gente na rua, dei-me conta por duas vezes.
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