Nota: onde se lê "enrenderam", deverá ler-se entenderam.
Eu subscrevo o que diz esta colega e com algumas, poucas, excepções, o que os colegas escreveram na revista que edito aqui.
Estou a aguardar a aposentação, mas relativamente às queixas dos mais novos, nomeadamente a falta de apoio dos médicos mais velhos, quase total, nada mudou. Lembro-me de estar na urgências de São José, com vários doentes para atender, 2 ou 3 graves, sózinha. Já tinha pedido ajuda várias vezes e nada. Entrei em pânico e fui-me embora. Tive sorte. Uma colega bem mais experiente, substituiu-me e apoiou-me ou a minha carreira teria acabado ali. Não é que me tivesse importado, na altura. A colega convenceu-me a não desistir. A diferença é que naquele tempo não existiam as ditas empresas, nem tantos hospitais privados. Nos hospitais públicos, existiam quartos privados com 1 ou 2 camas, para quem podia pagar. O pessoal era o mesmo. Achávamos isto um atentado à justiça igualitária e no pós 25 de Abril, foi o que acabou logo. Achei bem, mas agora acho mal. Há cada vez mais pobres, a classe média encolheu muito e acredito que talvez fosse melhor voltar aos quartos privados nos hospitais públicos. Assim, talvez se conseguisse dinheiro suficiente para que os pobres possam ser tratados mais condignamente, diminuindo o fosso daqueles que só se podem tratar no público e aqueles poucos portugueses, que se podem dar ao luxo de serem operados na privada.
Quanto aos outros problemas, nomeadamente a demissão dos colegas, pois quem é que pode ser contra eles depois de ter vivido na prática estes problemas. Sem pessoal de enfermagem, sem 1 comprimido para baixar uma tensão, uma taquicardia ou uma hiperglicemia acentuadas, que fazer? Pois, chama-se o INEM. Não é solução. São os tais problemas que ocupam recursos necessários para casos mais graves.
E pronto. Peço desculpa pela má qualidade das fotografias.
Ás vezes, parece mesmo que andam a gozar connosco e que Kafka ou Maquiavel gostassem de ouvir algumas histórias.
Esta imagem foi sendo feita durante muitos dias, a intervalos, muito irregulares, no "meu computador".
Boa-tarde.
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